Introdução ao Fenômeno La Niña
O fenômeno La Niña, que era esperado para se manifestar em setembro, ainda não apresentou sinais de ocorrência. As informações atuais indicam que sua ausência está ligada a interações complexas de diversos fenômenos climáticos, como a Oscilação de Madden-Julian (MJO) e o Global Atmospheric Angular Momentum (GLAAM). Essas interações afetam as chuvas no Brasil, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte, além de influenciar as previsões para os meses seguintes.
O Que é La Niña?
La Niña é um fenômeno meteorológico caracterizado pelo resfriamento das águas nas partes central e leste do Oceano Pacífico equatorial.
Oscilação de Madden-Julian (MJO)
A Oscilação de Madden-Julian (MJO) refere-se a um sistema de nuvens e tempestades tropicais que se desloca ao redor da Terra, afetando os padrões de chuvas em várias regiões. Atualmente, a MJO está se movendo do Sudeste Asiático em direção ao Oceano Pacífico, o que traz umidade adicional para o Centro-Oeste e Norte do Brasil. Essa movimentação pode resultar em:
- Aumento da frequência das chuvas;
- Maior intensidade das chuvas;
- Alívio da seca em estados como Mato Grosso e Goiás.
Global Atmospheric Angular Momentum (GLAAM)
O Global Atmospheric Angular Momentum (GLAAM) é uma medida da rotação da atmosfera terrestre. Quando o GLAAM está em fase positiva, como se espera nas próximas semanas, os ventos em altitudes elevadas se intensificam. Esse fenômeno favorece a formação de sistemas de baixa pressão, aumentando as chances de:
- Chuvas volumosas;
- Condições climáticas mais favoráveis.
Impactos nos Padrões de Chuva
Com a interação da MJO e do GLAAM, espera-se um aumento significativo nas chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte do Brasil nas próximas semanas. É provável que essas chuvas se tornem mais frequentes, intensas e duradouras.
Perspectivas para o Fenômeno La Niña
A combinação da MJO em fase ativa com o GLAAM positivo pode atrasar ou até mesmo impedir a formação de um evento de La Niña mais intenso. No entanto, os modelos climáticos indicam que a condição de La Niña pode não se concretizar de forma consistente, sugerindo um cenário de neutralidade climática com um leve viés negativo para o Brasil nos próximos meses.
Expectativas Futuras
Embora a expectativa de um evento La Niña nos próximos meses ainda exista, as projeções atuais indicam que, se ocorrer, será um episódio de fraca intensidade e curta duração. Para que a NOAA classifique um evento como La Niña, é necessário que as temperaturas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial Central permaneçam abaixo de -0,5°C por, pelo menos, três meses consecutivos.