Manifestações dos trabalhadores da Boeing
Os trabalhadores que estão em greve na Boeing realizaram uma grande manifestação em Seattle no dia 15 de setembro, exigindo melhores condições salariais e aumentando a pressão sobre a empresa, que enfrenta dificuldades financeiras.
Protesto em Seattle
CENTENAS de trabalhadores ocuparam o salão principal da sede do sindicato da Boeing, cantando em coro: “Um dia a mais, um dia mais forte!”.
Do lado de fora, os empregados da fabricante de aviões reforçaram que os 17.000 cortes de pessoal anunciados pela empresa na semana anterior não os desanimarão na luta por salários mais altos e uma aposentadoria digna.
A greve e as demandas dos trabalhadores
Atualmente, cerca de 33 mil trabalhadores sindicalizados da Boeing na Costa Oeste dos Estados Unidos, a maioria no estado de Washington, estão em greve desde 13 de setembro. Eles exigem um reajuste salarial de 40% durante quatro anos.
Matthew Wright, um eletricista de 52 anos que trabalha na linha de produção do jato 767, afirmou: “Queremos que a gerência da Boeing saiba que somos fortes e unidos e que suas táticas de intimidação não funcionarão.” E completou: “Não temos medo deles.”
Contexto financeiro da Boeing
A manifestação acontece em um momento crítico, enquanto a Boeing tenta melhorar sua situação financeira na Bolsa de Valores. No dia da manifestação, a empresa anunciou uma janela de até US$ 25 bilhões em ofertas de ações e dívidas nos próximos três anos, além de um contrato de crédito de US$ 10 bilhões. Como resultado, as ações da Boeing subiram 2% nas negociações do final da tarde.
Na semana passada, a Boeing retirou sua última proposta, que incluía um aumento salarial de 30% em quatro anos, devido à falta de progresso nas negociações.
Intervenções governamentais
A Secretária do Trabalho dos EUA, Julie Su, esteve em Seattle na segunda-feira anterior à manifestação, buscando ajudar a romper o impasse entre a Boeing e o sindicato.
A deputada Pramila Jayapal, que representa a maior parte de Seattle, fez uma crítica contundente à Boeing durante o protesto, ressaltando que a empresa prioriza bônus para executivos e recompra de ações, em detrimento da remuneração dos trabalhadores. Jayapal afirmou: “Ele [o CEO da Boeing, Kelly Ortberg] tem a oportunidade de reverter essa situação e realmente dar a vocês o contrato que merecem.”
Demissões programadas
Em meados de novembro, a Boeing enviará comunicações de aviso prévio a funcionários que serão demitidos, com uma segunda fase planejada para dezembro, se necessário. Todas as demissões deverão ser concluídas até o final de fevereiro, de acordo com fontes do setor.