Informações sobre o Caso de Infecção por HIV em Pacientes Transplantados
A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) informou que as infecções por HIV ocorridas em pacientes que receberam órgãos transplantados foram causadas por uma falha operacional, com a intenção de gerar lucro. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa no dia 14 de outubro.
Resultados das Investigações Iniciais
O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, anunciou que as primeiras investigações indicam que a empresa encarregada dos testes de HIV cometeu erros operacionais que comprometem a segurança dos diagnósticos. A alteração nos procedimentos de verificação dos reagentes químicos teria sido realizada visando aumentar os lucros, em detrimento da segurança do processo.
As investigações tiveram início no dia 11 de outubro, a pedido da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), após a divulgação dos casos de infecção.
Quebra do Controle de Qualidade
O Departamento-Geral de Polícia Especializada constatou que houve uma quebra no protocolo de checagem dos reagentes químicos, que apontam a presença do vírus HIV. O protocolo exige checagens diárias, mas, para maximizar os lucros, o laboratório decidiu realizar os testes apenas uma vez por semana. Segundo o delegado André Luiz de Souza Neves, essa mudança prejudicou a confiabilidade dos testes.
As investigações estão em andamento e permanecem sob sigilo, com a polícia planejando coletar novos depoimentos e realizar diligências para esclarecer os fatos.
Ações da Polícia e Prisões Realizadas
A Delegacia do Consumidor executou uma operação que resultou em 11 mandados de apreensão e 4 mandados de prisão na manhã do dia 14 de outubro. Durante essa ação, novos elementos foram descobertos, e a pessoa responsável pela quebra dos protocolos está entre os investigados.
O delegado Wellington Pereira Vieira informou que todos os mandados de prisão foram cumpridos, resultando na detenção de duas pessoas, enquanto outras duas estão foragidas. Entre os presos, estão o sócio principal do PCS Lab Saleme e um técnico de laboratório que realizava as análises.
A investigação agora se concentra no processo de coleta e análise dos exames, envolvendo a reanálise de outros 300 testes realizados no mesmo laboratório.
Posicionamento do Laboratório e Suporte aos Pacientes
O laboratório PCS Lab Saleme emitiu uma nota repudiando qualquer envolvimento em esquema criminoso para falsificar laudos. A empresa, que atua no mercado há mais de 50 anos, se comprometeu a colaborar com a Justiça para esclarecer a situação.
Seis pacientes foram contaminados com o vírus HIV após transplantes de órgãos, devido a erros nos exames dos doadores. Os infectados já foram informados, e órgãos de outros 288 doadores estão sendo reavalisados.
O laboratório afirmou que fornecerá suporte médico e psicológico aos pacientes afetados e suas famílias. Este incidente foi classificado como um episódio sem precedentes na história da empresa.
A Secretaria de Estado de Saúde criou uma comissão para atender os pacientes afetados e suspendeu o contrato com o laboratório. Ademais, novos exames serão realizados pelo Hemorio para assegurar a integridade dos testes.
Ações do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde solicitou a interdição cautelar do laboratório PCS Lab Saleme após as denúncias de transmissão do HIV. O ministério determinou que todos os testes de doadores de órgãos sejam realizados exclusivamente pelo Hemorio, utilizando o teste NAT, e ordenou a retestagem das amostras sob investigação.