A Tempestade em São Paulo
Recentemente, moradores da Grande São Paulo enfrentaram problemas significativos por conta de cortes de energia elétrica provocados por um forte temporal. Em menos de um ano, esta é a segunda vez que a região passa por situações semelhantes.
Impacto do Temporal
No início da noite de sexta-feira, dia 11, um temporal intenso com ventos muito fortes deixou mais de 2,1 milhões de pessoas sem energia na região metropolitana de São Paulo. De acordo com a distribuidora de energia elétrica Enel, que atende os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, cerca de 760 mil clientes ainda estavam sem energia quase 48 horas após a tempestade, na tarde de domingo, dia 13.
Os moradores da área entre a capital paulista e o município de Cotia estão entre os mais afetados, enfrentando as consequências de um cabeamento elétrico aéreo que é vulnerável a tempestades e quedas de árvores.
Desafios e Prejuízos
Na Rua Sapucaí, localizada no km 21 da rodovia Raposo Tavares, dois condomínios estão enfrentando grandes dificuldades. Um dos moradores, Bruno Bezerra, comentou sobre a situação: diversas árvores caíram sobre a fiação, afetando mais de 3 mil pessoas.
- Bruno relata que imagens feitas por um vizinho mostram árvores arrancadas e postes quebrados.
Outra moradora, conhecida como Luciana, destacou que perdeu toda a comida da geladeira e está enfrentando diversos prejuízos. Ela mencionou as dificuldades que teve na última vez que ocorreu um apagão, em novembro de 2023, quando passou cinco dias sem energia.
“Na outra vez, tinha uma rede de apoio. Agora não tenho como ir para outro lugar e estou sem tomar banho adequadamente, já que a falta de luz afeta a água no meu condomínio”, desabafou Luciana. Ela também expressou sua frustração com a falta de cuidado da Enel em sua região.
Reações e Investigação
Além dos relatos de dificuldades pessoais, um morador anônimo comentou que, no apagão anterior, precisou viajar até a cidade de Itú para cuidar da higiene de seu filho. Ele acredita que terá que repetir esse trajeto, dada a demora prevista para o restabelecimento da energia.
Roberto, outro morador, enfrenta diferentes desafios como pai de duas crianças, uma delas com autismo severo. Para ele, o maior problema é a adaptação na rotina do filho, que não compreende a situação atual.
Medidas e Ações Futuras
A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) está atuando junto à Enel e notificará o Ministério de Minas e Energia, além da Aneel, para que apresentem as medidas tomadas em resposta ao apagão. O governo de São Paulo confirmou que as causas e possíveis responsabilidades estão sendo investigadas.
O Procon-SP também notificará a Enel para obter explicações sobre a demora no restabelecimento da energia. Sendo assim, a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital incluirá o apagão no inquérito que já investiga possíveis irregularidades nos serviços prestados pela empresa.