Informações sobre o Laboratório PCS Lab Saleme
O Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF/RJ) divulgou, no último domingo (13), que o Laboratório PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, não possui farmacêuticos registrados em seu quadro de profissionais. Este laboratório foi responsável por realizar exames que não detectaram a presença do vírus HIV em pacientes que receberam órgãos de doadores infectados.
O CRF/RJ ressaltou a ausência de registro do laboratório no conselho e destacou que, embora não tenha especificado quais profissionais foram afetados por medidas preventivas, elas incluem ações administrativas e disciplinares que podem resultar em penalidades severas, incluindo a possível cassação do registro profissional se houver constatação de violação das normas sanitárias ou éticas.
Desdobramentos do Caso
Seis pacientes que aguardavam transplante na Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) foram diagnosticados com HIV após receberem órgãos de dois doadores positivos para o vírus, uma situação sem precedentes no âmbito do serviço de transplantes.
A revelação foi feita pela mídia, e as autoridades competentes, como Ministério da Saúde, Ministério Público do RJ (MPRJ) e Polícia Civil, já estão investigando a ocorrência. O governo do estado atribuiu o erro a duas análises realizadas pelo Laboratório PCS Lab Saleme, que foi contratado, em dezembro do ano passado, para executar testes de sorologia em órgãos doados, através de um contrato no valor de R$ 11 milhões.
Interdições e Investigações em Andamento
Em resposta ao incidente, a Coordenadoria Estadual de Transplantes, assim como a Vigilância Sanitária Estadual, interditaram o laboratório. Além disso, a Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil está conduzindo investigações sobre o caso.
A Anvisa identificou que o PCS Lab Saleme não possuía os kits necessários para a realização dos testes de sangue e não apresentou a documentação que comprove a compra desses materiais. Isso levanta sérias suspeitas quanto à veracidade dos testes realizados e aos resultados fornecidos.
Posicionamento do Laboratório
Em resposta à situação, o PCS Lab anunciou a abertura de uma sindicância interna para investigar as responsabilidades em relação aos diagnósticos de HIV. O laboratório, ativo no mercado desde 1969, afirmou que utilizou os kits de diagnóstico aprovados pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa durante o período em que prestou serviços à Fundação de Saúde do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
O laboratório também se comprometeu a oferecer apoio médico e psicológico aos pacientes afetados e seus familiares, reiterando sua disposição em colaborar com as investigações das autoridades responsáveis.