Contexto Atual em Gaza
A ONU e organizações de direitos humanos suspeitam que o Exército de Israel está aplicando uma estratégia defendida por generais, que visa forçar a evacuação da maior parte da população do norte de Gaza e impor uma fome extrema àqueles que restarem. Palestinos e grupos humanitários acreditam que Israel está adotando uma nova tática nessa região.
Aviso aos Civis
No último sábado (12/10), um porta-voz dos militares israelenses publicou uma mensagem nas redes sociais, orientando os civis a evacuarem uma área conhecida como ‘D5’, localizada ao norte de Gaza.
D5 é uma divisão específica em um mapa que as Forças de Defesa de Israel (FDI) utilizam. A mensagem avisava:
- “As FDI estão operando com grande força contra organizações terroristas.”
- A área é considerada uma zona de combate perigosa e deve ser evacuada imediatamente pela estrada Salah al-Din.”
Além disso, o comunicado não garantia um retorno rápido às áreas afetadas, deixando claro que as FDI continuarão a atuar com força considerável por um longo período.
A Realidade no Norte de Gaza
O local designado para ajuda humanitária, al-Mawasi, não oferece segurança e está superlotado. O Hamas, por sua vez, orientou as 400 mil pessoas que ainda estão no norte de Gaza a não deixarem a região, alegando que o sul também é perigoso.
Apesar dos constantes bombardeios, muitas pessoas decidiram permanecer em suas casas para cuidar de familiares vulneráveis, mesmo com a crescente intensidade dos ataques. Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, reportou cerca de 42 mil palestinos mortos devido às ações israelenses.
Deslocamentos e Risco
Alguns civis tentam evitar os bombardeios se deslocando para outras áreas do norte de Gaza, mas as FDI têm monitorado esses movimentos. Os militares estão direcionando as pessoas pela estrada principal para o sul. A entrada de jornalistas em Gaza é restrita, dificultando a documentação da situação no local.
Testemunhos de Civis
Repórteres têm registrado momentos de desespero entre as famílias que fogem, como a mulher chamada Manar al-Bayar, que, enquanto carregava uma criança, expressou sua angústia: “Para onde vamos? No sul de Gaza há assassinatos. No oeste de Gaza, estão bombardeando as pessoas. Para onde vamos, Deus?”
A jornada dos deslocados é repleta de dificuldades e, conforme relato de civis, há alegações de que esses grupos têm sido atacados durante suas tentativas de evacuação.
Preocupações Humanitárias
As agências de ajuda humanitária afirmam que a situação em Gaza se agrava devido à pressão militar. Os hospitais estão enfrentando escassez de combustível e relatórios indicam ataques a instalações médicas.
Estima-se que as FDI estejam implementando uma nova tática, o “Plano dos Generais”, sugerido por um grupo de alto escalão, que inclui o ex-major-general Giora Eiland. O plano visa pressionar a população do norte de Gaza para forçar a rendição do Hamas.
Propostas do “Plano dos Generais”
O plano sugere que todos os civis sejam instruídos a evacuar a área em um prazo estipulado, após o qual a região se tornaria uma zona militar. A intenção é criar um cerco, bloqueando o acesso a suprimentos básicos, de modo a pressionar o Hamas a se render.
As consequências para aqueles que permanecerem seriam severas, podendo ser tratados como inimigos. A expectativa é que a pressão resultaria na desintegração do que resta do Hamas.
Impacto na Segurança Alimentar
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU reporta que a atual ofensiva de Israel em Gaza está gerando um impacto devastador na segurança alimentar, com passagens para o norte de Gaza fechadas e a ajuda humanitária inviabilizada desde 1 de outubro.
Com a crescente destruição das infraestruturas, a situação se torna insustentável, enquanto os extremistas ultranacionalistas no governo de Israel visam uma mudança demográfica na região.