GeriatRio 2024: Reflexões sobre a Doença de Parkinson
No evento GeriatRio 2024, a neurologista Camila Pupe compartilhou importantes insights sobre a Doença de Parkinson. Ela a comparou a um iceberg, destacando que, assim como no fenômeno natural, existem sintomas visíveis e outros que permanecem ocultos. “Há os sintomas motores que são mais facilmente percebidos, mas o paciente enfrenta muitos outros, não motores, sem que as pessoas se deem conta”, afirmou a especialista.
Aspectos Gerais da Doença de Parkinson
A Doença de Parkinson é reconhecida como a segunda enfermidade neurodegenerativa mais comum, especialmente entre indivíduos acima dos 60 anos. Entretanto, fatores genéticos e ambientais também desempenham um papel no seu surgimento. Os sintomas motores nas fases inciais incluem:
- Tremor em uma das mãos;
- Bradicinesia: lentidão nos movimentos, dificultando tarefas diárias;
- Rigidez muscular;
- Distúrbios da marcha, que aumentam o risco de quedas.
Além disso, é importante considerar os sintomas prodrômicos, que ocorrem antes dos sintomas motores. Estes podem incluir:
- Constipação;
- Hiposmia (perda de olfato);
- Ansiedade;
- Depressão.
Dicas para Médicos e Cuidadores
A neurologista Camila Pupe também destacou dez armadilhas a serem evitadas por médicos que atendem pacientes com Parkinson, que também são relevantes para familiares e cuidadores:
- Negligenciar os sintomas não motores, como dor e distúrbios do sono;
- Retardar o início do tratamento com levodopa;
- Não zelar pela aderência terapêutica, fundamental para a eficácia do tratamento;
- Tratar todos os pacientes da mesma maneira – a abordagem deve ser personalizada;
- Restringir-se à monoterapia e não considerar outras opções de tratamento;
- Ignorar tratamentos não farmacológicos, como fonoaudiologia e exercícios físicos;
- Deixar de lado a psicoeducação sobre fatores modificáveis;
- Subestimar os efeitos colaterais das medicações;
- Não adaptar o tratamento conforme a progressão da enfermidade;
- Não considerar a qualidade de vida e a funcionalidade do paciente.
Esses pontos são cruciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e para um manejo adequado da Doença de Parkinson.