Introdução
A recente infecção de pacientes com HIV após a realização de transplantes de órgãos no Rio de Janeiro gerou preocupações sobre a segurança desses procedimentos. Este incidente foi classificado por Fernando Atik, médico e membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, como “isolado, raro e gravíssimo”. O ocorrido se desenrola em um contexto em que o número de transplantes vem aumentando no Brasil.
Crescimento dos Transplantes no Brasil
No primeiro semestre de 2024, foram realizados 14.352 transplantes, um aumento em relação aos 13.900 do mesmo período do ano anterior. Esse crescimento destaca a importância de garantir a segurança e a eficácia dos procedimentos.
Processo de Seleção e Exames Obrigatórios
Fernando Atik detalhou o rigoroso processo de seleção de doadores de órgãos. Ele ressaltou que a avaliação de um potencial doador envolve exames obrigatórios, incluindo testes para detecção do HIV, além da autorização da família.
- Realização de exames obrigatórios, incluindo HIV;
- Verificação de compatibilidade;
- Autorização familiar.
Após a conclusão desses procedimentos, o órgão é disponibilizado para os receptores que estão na lista de espera. No entanto, Atik observou que houve um erro em casos específicos, afirmando: “Esses dois doadores não deveriam nem ter sido ofertados ao sistema se o exame fosse confiável.”
Novas Tecnologias e Medidas Preventivas
Para mitigar o risco de resultados falsos negativos nos testes, Atik propôs a adoção de uma dupla checagem. Ele também mencionou a tecnologia do Teste de Ácido Nucleico (NAT), que proporciona uma detecção mais sensível do HIV em comparação aos testes sorológicos tradicionais.
O médico enfatizou: “Não existe nenhum teste laboratorial que tenha 100% de certeza.” O exame NAT, por outro lado, apresenta uma taxa de erro inferior à do teste sorológico comum, tornando-se uma escolha mais segura para futuros transplantes.
Compromisso com a Segurança
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a implementação dessa nova metodologia com o intuito de aumentar a segurança nas práticas de transplantes e reduzir os riscos de transmissão de doenças infecciosas.