Trabalho Escravo na Fazenda de Leonardo
Um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelou condições de trabalho análogas à escravidão em uma das fazendas arrendadas pelo cantor Leonardo, localizada em Jussara, Goiás. Os trabalhadores resgatados relataram que dormiam em locais improvisados, utilizando materiais encontrados na propriedade.
Condições de Alojamento
Os relatos de um dos trabalhadores incluem o uso de embalagens de agrotóxicos como camas. O MTE informou que essas camas foram montadas a partir de:
- Portas velhas
- Tijolos
- Tocos de madeira
- Colchões e pedaços de espuma velhos
- Cobertores que eles conseguiram trazer
Um dos trabalhadores ainda mencionou a presença de formigas e cupins enquanto ele dormia. Além destas condições, a falta de infraestrutura adequada era visível, com a ausência de banheiros funcionais e a presença de morcegos nos alojamentos.
Fiscalização e Resgates
A fiscalização do MTE ocorreu em novembro de 2023, na Fazenda Lakanka e na Fazenda Talismã, que é avaliada em R$ 60 milhões. Apesar de estar arrendada, a situação dos trabalhadores na Fazenda Lakanka foi considerada degradante. Leonardo afirmou que não tinha conhecimento das condições em que os funcionários viviam, uma vez que a propriedade estava sob gerência de outra pessoa.
Responsabilidades Contratuais
O cantor tinha obrigações contratuais em relação ao arrendamento da fazenda, garantindo que a terra fosse entregue em boas condições para o plantio. O arrendatário, por sua vez, era responsável pelas atividades agrícolas.
Embora as condições dos demais trabalhadores na Fazenda Talismã não fossem tão precárias quanto as da Fazenda Lakanka, a fiscalização indicou que ambos os locais compartilham o mesmo conjunto de operações agrícolas, tornando a situação mais complexa.
Consequências Legais e Declarações do Cantor
A situação se agravou quando o governo incluiu o nome de Leonardo na “lista suja” do trabalho escravo. O cantor pagou multas e indenizações, e o processo relacionado foi arquivado. Após seu nome ser adicionado à lista, ele expressou nas redes sociais sua surpresa e tristeza, afirmando que não tinha conhecimento das irregularidades.
A defesa de Leonardo argumenta que ele não é o responsável pelas condições na Fazenda Lakanka, uma vez que o local estava arrendado. O advogado do cantor destacou que um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado, resultando na resolução dos problemas apontados.
Conclusão
O Ministério do Trabalho e Emprego esclareceu que a “lista suja” é atualizada regularmente para promover a transparência nas ações de fiscalização contra o trabalho análogo à escravidão. O nome dos infratores permanece na lista por um período de dois anos após a conclusão do processo administrativo.