Condenação pelo Assassinato do Coronel
O julgamento dos réus acusados do assassinato do coronel aposentado da Força Aérea Brasileira (FAB), Roberto Perdiza, ocorreu em Natal. O Tribunal do Júri anunciou a condenação da garota de programa e de dois homens acusados, na madrugada de quinta-feira (10), após uma sessão que começou na manhã de quarta-feira (9).
Detalhes do Julgamento
A sessão foi realizada no Fórum Miguel Seabra, onde o júri, formado por seis homens e uma mulher, decidiu sobre as acusações. Jerusa Linda dos Santos, conhecida como Gabriela, foi condenada a 26 anos e 10 meses de prisão por homicídio duplamente qualificado, furto contra vítima com mais de 60 anos e ocultação de cadáver. José Rodrigues da Silva, que recebia uma pena total de 28 anos e 10 meses, foi condenado pelos mesmos crimes. Washington Luiz Gomes da Silva foi absolvido do homicídio, mas condenado a um ano e seis meses por ocultação de cadáver.
O Crime
Roberto Perdiza foi visto pela última vez em 30 de agosto de 2022. Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Norte, ele teria sido assassinado em um carro, com a participação de Jerusa e os outros acusados. Após o crime, Jerusa teria usado as redes sociais da vítima por semanas para se passar por ele, enganando assim familiares que residem em São Paulo. Além disso, ela teria sacado dinheiro da conta e tentado vender o apartamento do coronel.
Desdobramentos da Investigação
A polícia mencionou que o coronel e a garota de programa visitaram um motel. Por volta das 23h30 naquele dia, Jerusa convocou um motorista por aplicativo, que na verdade era um cúmplice. O corpo da vítima, encontrado meses depois, estava em uma área de mata em Macaíba, sem cabeça e sem mãos.
Provas Apresentadas no Júri
Durante o júri, o delegado Cláudio Henrique prestou depoimento e confirmou a atuação da Divisão de Homicídios na investigação. O promotor de Justiça, Augusto Flávio Azevedo, ressaltou que as provas eram robustas, com confissões dos réus, e destacou o papel central de Jerusa na execução do crime, sugerindo que ela tinha intenções de obter bens da vítima.
Defesas dos Réus
- Washington da Silva: Seu advogado argumentou que ele não participou do homicídio e estava coagido durante o crime.
- José Rodrigues: A defesa alegou que ele nega a autoria e atribui a responsabilidade a Jerusa, apontando que ela foi a responsável pelos disparos.
- Jerusa Linda dos Santos: O defensor público afirmou que sua cliente nega as acusações e argumenta que tinha autorização da vítima para negociar o apartamento.
O julgamento evidenciou um crime complexo com múltiplos envolvidos e diversas motivações, além de trazer à tona discussões sobre a natureza das provas e a participação de cada réu.