Premiação do Nobel de Química 2024
Um trio de pesquisadores foi premiado com o Nobel de Química de 2024 por desenvolver uma ferramenta utilizando Inteligência Artificial (IA) que cria modelos virtuais de proteínas. O trabalho foi validado com dados obtidos no superlaboratório Sirius, localizado em Campinas, SP. A estrutura tridimensional de uma enzima, descoberta pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), foi essencial para essa pesquisa.
Importância da Colaboração Científica
Os avanços na ciência são geralmente resultado de esforços colaborativos. No caso da pesquisa laureada, os cientistas David Baker, Demis Hassabis e John M. Jumper utilizaram dados do Sirius para validar suas descobertas sobre proteínas, essenciais para a vida celular.
O diretor científico do LNBR (Laboratório Nacional de Biorrenováveis) e pesquisador do CNPEM, Mário Murakami, destacou a importância do trabalho ao afirmar que o algoritmo desenvolvido pelos pesquisadores foi comparado com o modelo criado pelo CNPEM, evidenciando a relevância da pesquisa nacional.
Detalhes da Pesquisa Vencedora
A pesquisa premiada desenvolveu uma ferramenta que usa IA para modelar estruturas tridimensionais de proteínas sem a necessidade de dados experimentais. Essa inovação poderá acelerar estudos em diversos campos da biologia, pois métodos que antes levavam anos agora podem ser processados em minutos.
- Predição de Estruturas: O algoritmo pode prever a estrutura de proteínas a partir de sequências de informações com alta precisão.
- Aceleração de Experimentos: Estudos que tradicionalmente dependiam de métodos físicos laboratoriais são otimizados.
Murakami ressaltou que essa descoberta pode beneficiar várias áreas da biologia, desde a criação de biocatalizadores até a produção de biocombustíveis sustentáveis.
O Papel do CNPEM na Pesquisa
O CNPEM teve um papel fundamental durante as etapas finais da pesquisa de Baker, sendo mencionado na renomada revista “Science”. A descoberta de uma enzima pelo CNPEM possibilitou a produção de hidrocarbonetos, essenciais para a indústria, que são a base dos combustíveis fósseis.
As enzimas desenvolvidas no CNPEM são capazes de transformar resíduos agroindustriais em produtos de grande relevância, como o “Petróleo Verde”, que é quimicamente idêntico ao petróleo mas de origem biológica.
Superlaboratório Sirius
O Sirius é um dos três laboratórios de luz síncrotron de quarta geração do mundo e funciona como um “raio X superpotente” que analisa materiais em escalas atômicas e moleculares. Os cientistas aceleram elétrons quase na velocidade da luz, permitindo que eles percorram um túnel de 500 metros a uma velocidade impressionante.
- Desvio com Ímãs: Esse processo é realizado por ímãs superpotentes que geram luz síncrotron, a qual, apesar de sua luminosidade, é invisível a olho nu.
- Precisão do Feixe: O feixe de luz emitido é 30 vezes mais fino que o diâmetro de um fio de cabelo.
Com essa tecnologia avançada, o Sirius contribui significativamente para o progresso da pesquisa científica no Brasil e no mundo, permitindo descobertas que podem transformar indústrias e melhorar a qualidade de vida.