Vida em Tel Aviv durante os Conflitos
Mariana Castro, natural de Iguaba Grande, está vivendo em Israel há mais de um ano. Ela se mudou para Tel Aviv em agosto do ano passado, onde atua como voluntária, especificamente no trabalho com pessoas autistas. Desde os incidentes de 7 de outubro de 2023, quando ataques do Hamas começaram a acontecer, a rotina de Mariana, assim como a de muitos israelenses, mudou drasticamente.
Desafios do Cotidiano
Trabalhando com pessoas autistas, Mariana relatou que a tensão aumentou na cidade, especialmente com o som frequente das sirenes de alerta. Ela mencionou:
“Estamos convivendo com esse novo normal, sempre em tensão. Não sabemos o que acontecerá amanhã. Desde 7 de outubro do ano passado, somos constantemente atacados pelo Hezbollah no norte.”
A voluntária comentou sobre a realidade de ataques aéreos, afirmando que muitos residentes do norte de Israel foram forçados a deixar suas casas. “Israel está sob ataque de mísseis e drones”, disse ela, ressaltando a gravidade da situação.
A Adaptação ao Conflito
Apesar do medo que sente, Mariana destacou que, após um ano em Israel, se adaptou à situação. Ela acredita na capacidade de defesa do país:
“Eu sei que o exército e os equipamentos de defesa são bons. No entanto, é uma realidade que nunca havia presenciado.”
Trabalhando com autistas, Mariana ficou triste com o impacto que os conflitos têm sobre eles, que frequentemente entram em crises durante os momentos de tensão.
Fuga Não é Mais uma Opção
No início dos conflitos, ela pensou em retornar ao Brasil, mas agora se sente profundamente conectada à causa que defende:
“Me apeguei muito aos autistas da minha instituição. Sair agora me deixaria muito triste.”
Idas Frequentes ao Bunker
Nas últimas duas semanas, Mariana precisou se refugiar em um bunker ao menos 25 vezes. Ela descreveu algumas situações específicas:
- No dia 27 de setembro: 3 idas ao bunker;
- No dia 1º de outubro: 5 vezes enquanto já estavam dentro do bunker;
- No dia 6 e 7 de outubro: mais 3 idas.
“Após a sirene tocar, precisamos permanecer no bunker por dez minutos. Quando há ataques mais intensos, como os lançados pelo Irã, permaneci uma hora lá dentro. Só podemos sair quando o Exército nos informa que é seguro. Durante um ataque, mesmo que os mísseis sejam interceptados, podem cair estilhaços.”
Essa experiência torna desafiador o ambiente dentro do bunker, especialmente para as pessoas com autismo, que ficam nervosas com a situação e precisam ser acalmadas. Mariana continua a dedicar sua energia a cuidar desses indivíduos durante esses momentos críticos.