Tragédia em Jaguariúna
A morte de um menino de 3 anos, após ser picado por um escorpião, gerou questionamentos sobre o atendimento em hospitais da região de Campinas. A criança, identificada como Arthur Morais Carvalho Nascimento, foi levada primeiramente ao Hospital Municipal Dr. Walter Ferrari, em Jaguariúna, no sábado (2), mas o hospital não dispunha do soro antiescorpiônico necessário para tratamento.
Transferência e Atendimento
Após a picada, a família levou Arthur ao Hospital Municipal, mas, como não havia o soro, ele foi transferido para o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Embora tenha recebido o soro no HC, a criança não resistiu e faleceu no domingo (3). A mãe de Arthur expressou sua preocupação com a falta do medicamento no hospital da sua cidade e criticou a demora no atendimento.
Reclamações Sobre o Atendimento
A mãe, inconformada, questionou: “Por que não tem soro ali? Uma região cheia de sítios e muito quente, como não há soro em um hospital pequeno?” Ela apontou a preocupação com a rapidez no atendimento em casos de picadas de escorpião, especialmente em crianças.
Resposta das Autoridades de Saúde
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que existem 221 Pontos Estratégicos de Soro Antiveneno (PESAs) em todo o estado para casos de picadas por animais peçonhentos, mas não explicou a falta do soro em Jaguariúna. O atendimento para crianças de até 10 anos deve ocorrer em até 1h30 após a picada.
Linha do Tempo do Atendimento
De acordo com a mãe, o tempo decorrido entre a picada e o atendimento foi o seguinte:
- Entre 12h40 e 12h45: criança foi picada pelo escorpião.
- 13h08: chegada ao Hospital Municipal de Jaguariúna.
- 13h46: transferência para a Unicamp.
- 15h03: aplicação do soro antiescorpiônico.
Ação Legal e Mudanças Necessárias
Mesmo em luto, a mãe de Arthur declarou que pretende buscar a Justiça para garantir que o soro antiescorpiônico esteja disponível em mais hospitais. Ela enfatizou que sua intenção não é financeira, mas sim promover melhorias nos serviços de saúde.
Posições dos Hospitais
O HC da Unicamp afirmou que Arthur foi atendido “imediatamente” e recebeu o soro logo após sua chegada, enquanto a Prefeitura de Jaguariúna justificou que o hospital seguiu os protocolos adequados, visando encaminhar a criança para uma unidade mais complexa.
Nota da Secretaria de Saúde
A Secretaria Estadual de Saúde ressaltou que, em caso de picadas de animais peçonhentos, é fundamental que a população procure o serviço de saúde mais próximo. Além disso, mencionou que existem unidades equipadas para atender essas emergências e que um mapa interativo está disponível para facilitar a localização desses pontos.
Locais de Atendimento na Região
A região de Campinas conta com 11 locais de referência para aplicação do soro antiescorpiônico:
- Águas de Lindóia – Hospital São Camilo
- Americana – Hospital Municipal
- Amparo – Santa Casa Anna Cintra
- Campinas: HC da Unicamp e Hospital Municipal Ouro Verde
- Espírito Santo do Pinhal – Hospital Francisco Rosas
- Indaiatuba – Hospital Augusto de Oliveira Camargo
- Itapira – Hospital Municipal de Itapira
- Mogi Guaçu – Santa Casa de Mogi Guaçu
- Mogi Mirim – UPA Zona Leste
- Socorro – Hospital Dr. Renato Silva
- Sumaré – Hospital Estadual de Sumaré
Circunstâncias da Picada
O incidente ocorreu no sábado (2), quando Arthur estava em casa e, após ser picado pelo escorpião, buscou ajuda de sua mãe. Em desespero, ela se questionou sobre a falta do soro no hospital local, enfatizando que o transporte para a Unicamp teve uma demora significativa, o que dificultou a situação.
Desfecho e Lamentações
O HC da Unicamp lamentou a morte do menino, afirmando que ele apresentou uma ligeira melhora após a administração do soro, mas seu quadro se agravou posteriormente, levando à morte na manhã de domingo.