Declaração do Primeiro-Ministro Libanês
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, fez uma declaração nesta sexta-feira, 25 de outubro, condenando um ataque recente de Israel que resultou na morte de jornalistas em Hasbaya, no sul do país.
Mikati descreveu o ataque como “mais um capítulo nos crimes de guerra que Israel perpetua sem sofrer repercussões ou enfrentar uma voz internacional que ponha fim a essas ações”.
Em seu comunicado, o premiê afirmou que o ataque representou uma “tentativa deliberada” de intimidar a mídia e encobrir os crimes e a devastação ocorridos. Ele também mencionou que deu instruções ao Ministério das Relações Exteriores para incluir este incidente nas documentação do Líbano sobre os alegados crimes israelenses, que será apresentada a autoridades internacionais.
O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) também se manifestou, “condenando veementemente” Israel pelo assassinato dos três profissionais de imprensa.
Mais Sobre o Ataque
De acordo com a empresa de comunicação, um cinegrafista e um engenheiro de transmissão que trabalhavam para o canal de TV Al Mayadeen, sediado no Líbano, foram mortos. Além disso, outro cinegrafista do canal Al-Manar, associado ao Hezbollah, também perdeu a vida durante o ataque.
Em resposta, o Exército de Israel informou que estava “analisando as informações” relacionadas ao incidente.
Contexto da Escalada de Conflitos no Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã contra Israel, ocorrido no dia 1º de outubro, marcou uma nova fase de conflitos na região do Oriente Médio. Enquanto Israel conta com o apoio dos Estados Unidos, há também o Eixo da Resistência, que recebe respaldo tanto financeiro quanto militar do Irã e inclui uma variedade de grupos paramilitares.
Atualmente, existem sete frentes de conflito ativas, que incluem:
- República Islâmica do Irã
- Hamas na Faixa de Gaza
- Hezbollah no Líbano
- Governo da Síria e suas milícias
- Houthis no Iémen
- Grupos xiitas no Iraque
- Diferentes organizações militantes na Cisjordânia
Israel mantém tropas em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza, enquanto realiza bombardeios aéreos nas outras quatro regiões.
No dia 30 de setembro, o Exército de Israel iniciou uma operação terrestre limitada no Líbano, logo após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo em Beirute.
As Forças de Defesa de Israel alegaram ter eliminado a maioria da hierarquia do Hezbollah em ataques aéreos nos dias seguintes. No dia 23 de setembro, o Líbano registrou o dia mais letal desde a guerra de 2006, com mais de 500 mortes.
Dentre as vítimas, ao menos dois adolescentes brasileiros faleceram nos ataques. O governo brasileiro manifestou condenação à situação e solicitou o fim das hostilidades, enquanto anunciou operações para repatriar cidadãos brasileiros em solo libanês.
Na Cisjordânia, as tropas israelenses buscam desmantelar grupos que se opõem à ocupação israelense. Ao mesmo tempo, em Gaza, Israel continua suas operações para eliminar o Hamas, que foi responsável pelo ataque de 7 de outubro, resultando em mais de 1.200 mortos. De acordo com informações oficiais do governo israelense, as operações israelenses em Gaza resultaram na morte de mais de 40 mil palestinos, conforme relatado pelo Ministério da Saúde do enclave controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelas forças israelenses em 16 de outubro, na cidade de Rafah.