Ataque às Forças de Paz da ONU no Líbano
As forças de paz da ONU, baseadas em um posto de observação permanente perto de Dhayra, no sul do Líbano, foram alvos de disparos por soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI) na terça-feira, 22 de outubro. A informação foi divulgada pela Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) em um comunicado nesta sexta-feira, 25 de outubro.
De acordo com a Unifil, os disparos obrigaram as forças de manutenção da paz a se retirarem do local. A missão destacou que as FDI pressionaram para que a missão desocupasse a fronteira entre Israel e Líbano, causando danos a equipamentos essenciais, como câmeras, luzes e sistemas de comunicação em vários postos de observação.
A Unifil afirmou: “Apesar da pressão sobre a missão e os países que contribuem com tropas, as forças de manutenção da paz continuam firmes em sua função”. Relatos anteriores indicam que pelo menos quatro membros das forças de paz foram atingidos em ataques israelenses no início de outubro.
Israel ainda acusou o Hezbollah de estar operando em áreas próximas aos postos da Unifil. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou preocupação, alertando que as forças de paz da ONU no Líbano estão “em perigo” e pedindo ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que retire as tropas “imediatamente”.
Entendendo a Escalada de Conflitos no Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã em direção a Israel, ocorrido em 1º de outubro, representa uma nova fase das tensões regionais no Oriente Médio. De um lado, está Israel, apoiado pelos Estados Unidos; do outro, o Eixo da Resistência, que recebe suporte financeiro e militar do Irã e inclui diversos grupos paramilitares.
Atualmente, há sete frentes de combate abertas:
- República Islâmica do Irã
- Hamas, na Faixa de Gaza
- Hezbollah, no Líbano
- Governo Sírio e suas milícias
- Houthis, no Iémen
- Grupos xiitas no Iraque
- Diversas organizações militantes na Cisjordânia
O Exército israelense está envolvido em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza, enquanto realiza bombardeios aéreos nas outras quatro. A partir de 30 de setembro, Israel iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano, poucos dias após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio em Beirute.
As Forças de Defesa de Israel informaram que praticamente eliminaram a cadeia de comando do Hezbollah nos últimos bombardeios. O dia 23 de setembro foi o mais letal no Líbano desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Recentemente, o Itamaraty confirmou a morte de dois adolescentes brasileiros nos ataques, condenando a situação e pedindo o fim das hostilidades. O governo brasileiro também anunciou uma operação de repatriação para levar os brasileiros de volta ao país.
Na Cisjordânia, as forças israelenses buscam desarticular grupos que se opõem à ocupação. Na Faixa de Gaza, Israel está empenhado em erradicar o Hamas, que foi responsável por um ataque em outubro, resultando em mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. Até agora, mais de 40 mil palestinos foram mortos durante as operações, conforme informou o Ministério da Saúde da região, controlada pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto pelo Exército israelense em Rafah no dia 16 de outubro.