Putin Reconhece Vitória de Maduro e Fala Sobre Relações com Venezuela
Na última quinta-feira (24), Vladimir Putin, presidente da Rússia, declarou que Nicolás Maduro ganhou as eleições presidenciais na Venezuela. Ele destacou que o país sul-americano está em busca de sua independência e soberania.
A vitória de Maduro foi anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela e confirmada pela Justiça local. No entanto, o governo não apresentou os registros detalhados das eleições, e a oposição afirma que houve irregularidades. Além disso, vários países e organizações internacionais não reconhecem a suposta vitória de Maduro.
Colaboração entre Rússia e Brasil
Durante uma coletiva de imprensa, Putin comentou que a posição da Rússia em relação à Venezuela não é a mesma que a do Brasil. Ele mencionou uma conversa que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na terça-feira (22), na qual discutiram abertamente o assunto.
Putin expressou que tem uma relação de amizade e respeito com Lula, e manifestou esperança de que ambos os países possam encontrar “coisas em comum” durante futuras reuniões bilaterais.
O líder russo também revelou que Lula solicitou a ele que transmitisse “algumas palavras” a Maduro, mas não forneceu maiores detalhes sobre essa comunicação.
A Entrada da Venezuela nos BRICS
Na Cúpula dos BRICS, os líderes discutiram a possível expansão do grupo e a inclusão de novas nações parceiras. Apesar de Nicolás Maduro afirmar que a Venezuela já faz parte dos BRICS, a lista de 13 países que poderá ser consultada e convidada para o bloco não incluiu a Venezuela.
Putin ressaltou que a adesão de um novo membro só acontecerá “em caso de consenso” entre os integrantes atuais do BRICS.
Entenda a Crise na Venezuela
A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados das eleições presidenciais, realizadas em 28 de julho, que foram anunciados pelo CNE, dando a vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.
Os resultados oficiais não foram validados por meio da divulgação das atas eleitorais, que detalham a quantidade de votos por mesa de votação. Em resposta, a oposição publicou as atas que afirmam ter recebido de seus fiscais, alegando que Edmundo González, ex-diplomata e aliado da líder opositora María Corina Machado, teria obtido quase 70% dos votos.
No entanto, o chavismo contestou a veracidade das informações, afirmando que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os apoiadores de Maduro, por outro lado, não apresentaram nenhum registro eleitoral para comprovar os resultados oficiais.
O Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação contra Edmundo González pela divulgação das atas, acusando-o de usurpação de funções do eleitorado. González foi intimado três vezes para depor sobre a divulgação das informações e acabou solicitando asilo político na Espanha após um mandado de prisão contra ele.
Diversos opositores do governo de Maduro foram detidos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Após as eleições, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 perderam a vida, segundo entidades de Direitos Humanos.